O AVANÇO DO SETOR INDUSTRIAL EM MATO GROSSO

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INTRODUÇÃO
Este trabalho foi elaborado com intuito de demonstrar o avanço do setor industrial no estado de Mato Grosso.

Outrossim será apresentado no mesmo, informações históricas sobre a origem industrial do estado, como as atividades industriais evoluíram para chegar no escopo atual de desenvolvimento, quais fatores, programas, projetos e condições naturais, propiciaram o desenvolvimento das atividades que movimentam a indústria mato-grossense.


Ainda serão apresentados, dados atualizados, com base no banco de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), com recorte referente a Mato Grosso, Observatório da Indústria da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (FIEMT), bem como dados retirados do site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também com foco principal em Mato Grosso.


O objetivo deste trabalho, é tentar demonstrar através de dados estatísticos alicerçados em informações fidedignas e atualizadas pelos sites da Entidade FIEMT e dos Órgãos mencionados anteriormente CAGED e IBGE, tornar nítido esse avanço e ainda demonstrar algumas das possíveis possibilidades de avanço para o futuro.

A Cronologia da formação econômica e industrial do Estado de Mato Grosso – da colonização ao período recente.

    A indústria de Mato Grosso, passou por várias mudanças para chegar na sua configuração contemporânea, vamos apresentar a seguir as fases que moldaram esse escopo atual e como as influenciam externas tiveram uma importante contribuição para essa modelagem.


    No início, com o “descobrimento” dá a princípio ilha, que posteriormente foi chamado de Brasil, que descobriu-se fazer parte do então “novo continente”, no ano de 1500 pela coroa portuguesa, através da expedição da esquadra comandada pelo explorador português, Pedro Alvarez Cabral, um local cheio de riquezas naturais, foi dividido entre os países de Portugal e Espanha, pelo Tratado de Tordesilhas, conforme imagem do mapa da época abaixo.

    Imagem-Planisfério de Cantino (1502), mostrando o meridiano de Tordesilhas. Imagem: Biblioteca Estense (Itália) / Domínio público. Fonte: Nova Escola

    “O Tratado de Tordesilhas foi um documento assinado em junho de 1494, na vila espanhola de Tordesilhas. Os protagonistas foram Portugal e Espanha, que delimitaram, através de uma linha imaginária, as posses portuguesa e espanhola no território da América do Sul, chamado de “Novo Continente”. Essa linha imaginária passava a 370 léguas de Cabo Verde. O território a oeste da linha ficaria com a Espanha e a leste, Portugal.” (PERES, 2018)

    Através da divisão oriunda desse Tratado, que depois foi alterado, pelo Tratado de Madrid, posteriormente, teve início a exploração das terras e dos povos indígenas descobertos pelos países, Espanha e Portugal.


    Neste recorte vamos nos concentrar nos fatos que tem relevância para a indústria de Mato Grosso, pois este se trata do objeto deste trabalho. Sendo assim segue abaixo uma cronologia do pós “descobrimento” “brasuca”, com base nas informações retiradas do trabalho elaborado por Graciela Cristine Oyamada e Jandir Ferrera de Lima da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE.

    Século XVIII: exploração da atividade aurífera, que se trata de exploração de jazidas do metal precioso que conhecemos pelo nome de ouro, eu tentei encontrar o motivo desse metal ser tão valioso na antiguidade, mas a melhor resposta foi, porque ele é difícil de encontrar, na contemporaneidade tem realmente várias utilidades, principalmente devido a sua condutividade, devido a isso é usado largamente em equipamentos eletroeletrônicos.

    Século XIX: início do Ciclo do Diamante, (Diamantino), decadência do ouro e diamante, estagnação, expansão da pecuária com o fim da Guerra do Paraguai, instalação das charqueadas ou saladeiros (produção de charque, extrato e caldo de carne, couro e sebo), localizadas na região do Pantanal.


    Século XX: ciclo da erva-mate, proaia e borracha, novos núcleos urbanos, aumento do fluxo migratório e transformação no espaço regional. São encontrados nas raízes de P. ipecacuanha (POAIA) dois valiosos alcaloides, a emetina e a cefalina, usados no tratamento de diarreias, como amebicida, expectorante e anti-inflamatório (Lameira, 2002).


    Ano 1930: exploração do açúcar, expansão da agropecuária, melhorias na comunicação e comércio e avanço das políticas de integração regional.


    Ano 1940: implantação de colônias e interiorização da população.


    Ano 1950: expedição Roncador-Xingu, e o desmembramento do Território Federal de Rondônia.


    Ano 1960: avanço das colonizações e expansão da agricultura.


    Ano 1970: lançamento de programas de desenvolvimento regional (PIN, Proterra, Prodoeste, Polocentro, Poloamazônia e Polonoroeste).

    Ano 1980: divisão do estado de Mato Grosso e criação do novo estado de Mato Grosso do Sul.

    Ano 1990: abertura comercial a economia fica concentrada nas exportações de bens primários e a mecanização da agricultura.


    Século XXI: predomínio da produção agropecuária, surgimento das agroindústrias de transformação ligadas a atividade agrícola e primária, indústria de transformação, madeireiras, alimentos, bebidas e da indústria
    canavieira, crescimento nos setores de comércio e serviços, aumento do funcionalismo público.

    Até a Quarta Revolução Industrial

    Outrossim no texto a seguir retirado da rede social Linkedin, de autoria de Norton Paratela, IT Digital Innovation Executive de 4 de fevereiro de 2023, vamos apresentar um pouco as revoluções industriais que o mundo sofreu para termos uma ideia de como foi o avanço industrial a nível mundial.

    Imagem-A Primeira Revolução Industrial (1760-1840). Fonte: Linkedin As Quatro Revoluções Industriais em Poucas Palavras.

    A Primeira Revolução Industrial (1760-1840):

    Esta parte da história ocorreu a partir da segunda metade do século XVIII, iniciando-se na área de produção de grande escala, onde os modelos agrícola e artesanal de produção deram lugar à introdução do modelo industrial, existente até os dias atuais.


    A principal particularidade desta época foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado, com o uso de máquinas mecânicas.


    A partir das inovações desse período, a manufatura excederia a capacidade do trabalho individual, e as dimensões dos lotes produzidos no chão de fábrica seriam impossíveis para a capacidade demandada, sem o maquinário apropriado e desenvolvido.

    Imagem-A Segunda Revolução Industrial (1840-1945). Fonte: Linkedin As Quatro Revoluções Industriais em Poucas Palavras

    A Segunda Revolução Industrial (1840-1945):

    A Segunda Revolução Industrial é a base das indústrias atuais. Com a entrada de uma nova era para as empresas.


    Durante este período, surgiram as siderurgias, e o aço foi amplamente utilizado, além da utilização dos combustíveis derivados do petróleo.


    Também surgiram o motor à explosão, e máquinas elétricas que substituíram as máquinas à base de água e vapor.


    Por conseguinte, navios de aço tomaram o lugar de embarcações construídas em madeira. E o mesmo ocorreu com as ponte e viadutos.


    Vale destacar, que a malha ferroviária se expandiu e ramificou em diversos países, principalmente nos Estados Unidos.


    O avião, a refrigeração mecânica e o telefone também foram inventados nesta época, bem como a produção em massa (linha de produção), a energia elétrica e o acondicionamento de alimentos em latas.


    No início do século XX surgiram as linhas de montagem, que se tornaram uma prática padrão até os dias atuais. Técnicas de gerenciamento produtivo foram refinadas. Muitos denominam a Segunda Revolução, como a “Revolução Tecnológica”, porém sem sustentabilidade.


    Os automóveis dominam em centros urbanos, no transporte particular de pessoas, usado também para transporte de cargas (caminhões), e com isso, a malha rodoviária se expandiu em todo o mundo.

    Imagem-A Terceira Revolução Industrial (1950-2010). Fonte: Linkedin As Quatro Revoluções Industriais em Poucas Palavras

    A Terceira Revolução Industrial (1950-2010)

    Conhecida como a era da eletrônica, essa época foi essencial pela substituição gradual da mecânica analógica pela digital, por microcomputadores e a criação da internet (1969), além do crescimento vertiginoso da digitalização de arquivos e a invenção da robótica.


    O século XX foi marcado, entretanto, pela Guerra Fria (conflito entre EUA e URSS), época em que houve avanços na ciência, a partir da viagem do homem à Lua (1969), e na indústria bélica. O capitalismo se consolida como o sistema econômico, com o fim da URSS (1991).


    Além da introdução de novas fontes de energia, tais como a energia nuclear, solar, eólica, termal, e desenvolvimento da engenharia genética e biotecnologia.


    Por conseguinte, novos métodos de agricultura foram criados, por meio da produção informatizada.
    Os primeiros computadores e o surgimento de dispositivos eletrônicos, como transistores, circuitos integrados, e o controlador lógico programável (PLC) construído pela primeira vez na década de 1960 resultaram na década seguinte numa nova era de automatização.


    As inovações da era digital incluíram computadores, fax, celulares e a própria Internet. Era a tecnologia a serviço da automação dos trabalhos individuais e dos processos de fabricação, mas ainda dependente de intervenções humanas.

    Imagem-A Quarta Revolução Industrial iniciou em 2011. Fonte: Linkedin As Quatro Revoluções Industriais em Poucas Palavras

    A Quarta Revolução Industrial iniciou em 2011

    O conceito está ligado ao modelo empresarial que já tinha como objetivo utilizar todas as tecnologias atualmente disponíveis para gerar conhecimento e produtividade, tendo a ver com a confluência de praticamente todas as tecnologias hoje existentes e que efetivamente estão transformando o mundo de uma forma geral.


    A integração de inovações tecnológicas atuais e disruptivas, desenvolvida para um projeto de estratégias do governo alemão. Seu lançamento ocorrera na Feira de Hannover em 2011, contendo a documentação definitiva somente em abril de 2013.


    Nos dias correntes, as grandes organizações agroindústrias de Mato Grosso, estão pautadas por inovações tecnológicas, que fazem com que elas tenham destaque nacional e até internacional na produção de soja, milho e algodão e na criação de bovinos, suínos e aves.

    A Indústria de Mato Grosso

    Outrossim, como é de amplo conhecimento, seja no ambiente acadêmico, seja no seio dos formuladores de políticas econômicas, dificilmente uma economia alcança indicadores satisfatórios de desenvolvimento socioeconômico, ambiental e cultural sem evoluir das etapas em que predominam as atividades agropastoris para fases em que a industrialização se destaque e tenha proeminência em relação aos demais setores.


    Podemos salientar que os acontecimentos que vem ocorrendo na atualidade na indústria de Mato Grosso se caracterizam por fortes e estreitos vínculos com o setor primário (agricultura e pecuária), que seguem uma tendência mundial de crescente aumento das tecnologias que se referem a quarta revolução industrial, ou ainda Indústria 4.0 (quatro ponto zero), que de modo geral.

    Segundo o Portal da Industria da Confederação Nacional da Industria (CNI), podemos caracterizar como um amplo sistema de tecnologias avançadas como a inteligência artificial, a robótica, a internet das coisas e a computação em nuvem, que estão mudando as formas de produção e os modelos de negócios no Brasil e no mundo, que se caracteriza pela sucessiva e rápida convergência de múltiplas tecnologias, como a digital, a física e a biológica.

    Dados estatísticos sobre o avanço da indústria em Mato Grosso

    Dados da produção industrial em Mato Grosso

    Fabricação de produtos alimentícios (54,3%) foi a principal atividade industrial de Mato Grosso em relação ao total do valor da transformação industrial.

    Imagem-Reportagem intitulada: A participação de Mato Grosso no valor da transformação industrial do Centro-Oeste, em 2019, foi de 23,4%. Fonte: G1-MT.

    Mato Grosso avançou na produção industrial no período de 10 anos, segundo a Pesquisa Industrial Anual Empresa (PIA-Empresa) de 2019, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


    O valor da transformação industrial – a diferença entre o valor bruto da produção industrial e os custos das operações industriais – do estado aumentou de R$ 9,4 bilhões, em 2010, para R$ 18 bilhões, em 2019.

    Desse valor, R$ 17,4 bilhões foram das indústrias de transformação e R$ 594,6 milhões das indústrias extrativas. Em 2018, o total do valor do estado havia sido de R$ 17.339.082.000.

    Dados da geração de empregos na indústria de Mato Grosso

    Com base em dados retirados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), que tem sua série histórica iniciada apenas no ano de 2020, a tabela a seguir, elaborada pelo autor, demonstra de forma cristalina o aumento positivo na geração de empregos no segmento industrial de Mato Grosso, em relação a inflação com base no índice do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), série histórica tendo início em 2003.

    Tabela – Comparativa em números e percentuais da variação da criação de empregos da indústria mato-grossense entre os anos 2020 á 2023, bem como em relação a variação da inflação do IPCA. Fonte: Elaborada pelo próprio autor com dados do CAGED e IBGE (IPCA)

    Segundo o Economista e sócio da Opus Investimentos e professor do Departamento de Economia da Pontíficia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-RJ, José Márcio Camargo, no seu post que aborda sobre a “Curva de Philips”, ligando o desemprego e inflação ele salienta:

    Esta ligação entre inflação e desemprego decorre do fato de que, quanto maior a taxa de desemprego, menos renda é gerada na economia, seja porque menos empregos são criados, seja porque os empregos criados pagam menores salários. O resultado é uma menor demanda por bens e serviços. Quanto menor a demanda, menor o poder das empresas de aumentar os preços e maior a competição entre as empresas pelos consumidores remanescentes, o que aumenta o incentivo para que elas reduzam seus preços para aumentar a demanda por seus produtos. (CAMARGO, 2018)

    Dados da exportação de produtos industrializados de Mato Grosso

    O estado de Mato Grosso, em janeiro/2024, foi responsável por 15,5% de toda exportação do agronegócio brasileiro. O montante foi de mais de US$ 1,81 bilhão, um aumento de cerca de 0,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. No ranking geral do país, o estado mato-grossense ficou atrás apenas de São Paulo, que totalizou no mês US$ 2,22 bilhões em vendas externas, impulsionado pelo setor sucroalcooleiro.


    O levantamento foi realizado com base nas informações do sistema Agrostat, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).


    O setor do agronegócio que mais se destacou nas exportações em Mato Grosso, no mês de janeiro/2024 foi o de cereais, farinhas e preparações, que somou em vendas para o exterior US$ 708,42 milhões. Logo na sequência está o complexo soja, com US$ 555,93 milhões. Outro destaque é o setor de fibras e produtos têxteis, em que o somatório das commodities foi de US$ 328,63 milhões.

    Imagem-Informativo do Governo Federal sobre as exportações do agronegócio de Mato Grosso. Fonte: Governo Federal – Ministério da Agricultura e Pecuária

    Considerações Finais

    É interessante observar neste trabalho, como é difícil encontrar dados sobre a produção industrial mato-grossense, eu não saberia informar se essas dados são difíceis de catalogar, ou mesmo senão existe interesse em demonstrar tais dados de

    uma forma mais simples, de fácil entendimento para todas as pessoas, pois quando fui atras para encontrar essas informações me deparei com dados referentes apenas ao agronegócio onde, o foco era apenas a exportação de commodities sendo que o estado também exporta uma parte considerável de produtos industrializados.

    Acredito que se tratem de montantes menores, eu digo acredito pois não localizei essas informações em fontes as quais eu possa mencionar nesse trabalho e que poderiam subsidiar tais informações, existe uma gama de informações sobre empregabilidade, que diga-se de passagem tem sua série histórica, iniciada recentemente, mas sobre as exportações as informações que consegui como fonte de pesquisa tem nível nacional.

    Isso demonstra que precisamos de um local, seja um site do governo estadual, ou FIEMT, que informe tais dados com simplicidade de forma que mais interessados possam fazer uso deles e desenvolver pesquisas e trabalhos acadêmicos com um nível de acerto muito maior.

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