Duas Mulheres, Um Legado de Coragem
Em um mundo muitas vezes marcado por desafios e silêncios impostos, há vozes que se erguem e atos que ressoam como faróis de esperança. Malala Yousafzai e Helley de Abreu Silva Batista são duas mulheres que, em contextos distintos, se ofereceram ao planeta o que significa lutar pelo outro – uma com palavras que desafiaram opressores, outra com um sacrifício que salvou vidas.
Malala, uma jovem paquistanesa, sobreviveu a um atentado por defender a educação das meninas.
Helley, uma professora brasileira, deu a vida para resgatar 25 crianças de um incêndio na Creche Gente Inocente, em Janaúba, Minas Gerais.
Este post do “Negócios X” não é sobre negócios – é sobre humanidade. Vamos mergulhar nas histórias dessas heroínas, conectando seus legados e refletindo sobre o que elas nos ensinam hoje, em 2025.

Malala Yousafzai: A Voz que Não Se Calou
Malala nasceu em 12 de julho de 1997, em Mingora, no Vale do Swat, Paquistão, uma região onde o Talibã impôs regras regulatórias, incluindo a classificação de meninas nas escolas. A filha de um professor, Ziauddin, cresceu ouvindo que a educação era um direito, não um privilégio.
Mas, aos 11 anos, viu esse direito ser arrancado quando o Talibã tomou o controle de sua cidade. Em 2009, sob o pseudônimo Gul Makai, Malala começou a escrever um blog para BBC Urdu, contando como era viver sob ameaças e ver escolas destruídas. Sua voz, pequena mas firme, começou a incomodar.
Por outro lado, o que poderia ter sido apenas um grito no escuro virou um marco histórico. Em 09 de outubro de 2012, aos 15 anos, Malala foi baleada na cabeça por um talibã enquanto voltava da escola.
O atentado, que pretendia silenciar, teve o efeito oposto. Após meses de recuperação no Reino Unido, ela voltou mais forte, publicando Eu Sou Malala em 2013 e fundando o Fundo Malala para levar a educação a meninas pelo mundo.
Assim, em 2014, aos 17 anos, tornou-se a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, um reconhecimento por sua luta incansável.

Helley de Abreu: O Sacrifício em Chamas
Milhares de quilômetros dali, em Janaúba, Minas Gerais, Brasil, outra história de coragem se desenrolou. Helley de Abreu Silva Batista nasceu em 12 de agosto de 1974, em Montes Claros, e dedicou sua vida à educação infantil.
Pedagoga apaixonada, ela trabalhava na Creche Gente Inocente desde 2016, cuidando de crianças como se fossem suas. Mas, na manhã de 05 de outubro de 2017, tudo mudou. O vigia Damião Soares dos Santos, de 50 anos, invadiu a creche com combustível, atou fogo em si mesmo e nas salas, transformando um lugar de aprendizado num inferno. Helley, então com 43 anos, não hesitou.
Dessa forma, enquanto o fogo se espalhava, Helley entrou em ação. Ela comprometeu-se com o agressor, segurando-o para impedir que alcançasse mais crianças, e correu sala adentro, tirando os pequenos por janelas estreitas.
Testemunhas dizem que ela entrou e saiu três vezes das chamas, salvando 25 vidas antes de ser vencida pelas queimaduras que cobriram 90% de seu corpo. Helley morreu horas depois, deixando três filhos – Breno, Lívia e Olavo – e um legado de heroísmo que emocionou o Brasil. Por isso, foi homenageado postumamente com a Ordem Nacional do Mérito e a Medalha da Inconfidência.

O Que as Une: Coragem Além do Medo
Malala e Helley viveram realidades diferentes – uma experiência de extremismo religioso, além de um ato de violência imprevisível. Mas o que as conecta é uma coragem de agir quando o medo poderia ter vencido. Malala usava sua voz como arma, sabendo que cada palavra a colocava em risco. Helley usou seu corpo como escudo, consciente de que o fogo não perdoaria.
Assim, ambas transformaram tragédias em lições de resistência. Malala sobreviveu para inspirar milhões; Helley partiu para salvar vidas. Suas escolhas mostram que a força feminina não tem limites – seja na escrita de uma adolescente ou no sacrifício de uma mãe e professora.

O Impacto de Suas Ações
O alcance de Malala é global. Até 2025, o Fundo Malala já ajudou a escolarizar mais de 130 milhões de meninas em países como Paquistão, Nigéria e Brasil, segundo dados recentes da organização. Sua história virou símbolo de luta por igualdade, inspirando políticas educacionais no mundo afora.
Por outro lado, o impacto de Helley foi mais local, mas não menos profundo. Em Janaúba, uma creche foi reconstruída e hoje leva seu nome – Centro Municipal de Educação Infantil Helley de Abreu.
Sua morte também gerou debates sobre a segurança escolar no Brasil, levando a melhorias nos protocolos de emergência em várias cidades mineiras.
No entanto, o verdadeiro legado de ambas vai além de números ou prédios. Malala deu às meninas o poder de sonhar com um futuro educado. Helley deu às crianças de Janaúba a chance de viver esse futuro.
Suas ações ecoam em cada sala de aula onde uma criança aprende ou brinca em segurança, mostrando que o heroísmo não precisa de capacidade – às vezes, basta um lápis ou um gesto desesperado de amor.

Lições pra 2025 e Além
Em 2025, num mundo que ainda enfrenta desigualdades e violências, Malala e Helley nos desafiam a olhar pra dentro. Malala nos lembra que a educação é uma arma contra a opressão, algo que ela quase perdeu e que muitas ainda não têm.
Por outro lado, Helley nos ensina que o instinto de proteger o outro pode ser mais forte que o de sobreviver. Ela não pensou em si – pensou nos “seus anjinhos”, como chamava os alunos.
Dessa forma, juntas, elas nos convidam a agir: seja falando contra injustiças, como Malala, ou sacrificando sua própria vida para salvas outras vidas, como Helley.
Além disso, suas histórias têm um tom pessoal que ressoa em qualquer um. Malala já sofreu a perda de sua terra natal, exilada após o atentado, mas encontrou força na família e na fé. Helley, que perdeu um filho afogado anos antes, canalizou seu dor num amor imenso pelas crianças da creche.
Assim, elas provam que a resiliência nasce das cicatrizes – e que essas cicatrizes podem guiar atos extraordinários.

Conclusão: Vozes & Chamas
Malala Yousafzai e Helley de Abreu Silva Batista são mais que nomes em manchetes ou placas – são símbolos do que há de melhor na humanidade. Malala, com sua caneta, abriu portas para milhões de meninas. Helley, com seu corpo, segurou o fogo pra salvar 25 vidas.
Por isso, escolhemos contar essas histórias para lembrar que o mundo muda com coragem – às vezes silenciosas, às vezes em chamas. Hoje, enquanto Malala segue sua luta aos 27 anos, Helley vive na memória de Janaúba e nas crianças que cresceram por causa dela.
E você, leitor, o que vai fazer com a voz ou o sacrifício que carrega? No Negócios X, acreditamos que histórias como essas acendem faíscas – cabe a nós decidir como espalhá-las.
Fontes :
- Malala: Eu Sou Malala (2013), Nobel da Paz (2014), Fundo Malala.
- Helley: Reportagens de O Tempo (2022), Estado de Minas (2017), Wikipédia.
Você ficou curioso é conhecer muito mais sobre essas histórias maravilhosas segue abaixo links de livro e filme que com detalhes essas histórias.
- Sobre Helley de Abreu Silva Batista eu não encontrei nenhum livro, mas encontrei esse documentário TV Escola, denominado “Inesquecível”. Link via Facebook https://web.facebook.com/watch/?v=2650504235215604
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