Precisamos falar sobre suícidio

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INTRODUÇÃO

Precisamos falar sobre suícidio, as tendências suicidas têm apresentado índices cada vez mais elevados. Esse tema tem ocupado centros de estudos e fóruns de discussões dos mais variados contextos, de modo especial aqueles ligados à saúde a vida e em disciplinas como Psiquiatria, Sociologia e Saúde Mental.

O suicídio é considerado fenômeno de muitas dimensões, presente na sociedade e que acompanha a história, no tempo e na espacialidade, hoje apresentando índices cada vez mais impactantes.

Sampaio e Boemer (2000) relatam como os profissionais de saúde vêm lidando com esta faceta da morte, presente na rotina dos atendimentos das urgências em clínicas médicas, psiquiátricas e cirúrgicas e ressalta haver certa agressividade, desprezo, preconceito e incompreensão dos profissionais, em torno da pessoa, que tenta pôr fim à sua existência.

Vindo de encontro com o relato do parágrafo anterior, constata-se que o tema é pouco abordado e discutido na organização da “Atenção Básica”, o que pode resultar em diagnósticos tardios e queda de qualidade na assistência a esse tipo de paciente.

Pela importância desta temática para a Saúde Pública, observa-se no cotidiano que para a assistência ao problema do suicídio é necessário cada vez mais serviços bem estruturados e eficientes como também de profissionais capacitados para identificar de forma precoce os sinais e sintomas, além de qualificados para a melhor condução de cada caso com a devida atenção, focando uma assistência que possa encontrar o melhor tratamento para cada situação específica.

Também é necessário o desenvolvimento de melhores e mais abrangentes políticas públicas e ações precisam ser desenvolvidas em cada contexto social.

Os índices estatísticos de suicídio divulgados pela mídia e Ministério da Saúde são preocupantes para a Saúde Pública. No dia a dia dos serviços de saúde vive-se concretamente essa realidade cada vez mais evidente.

Como sério problema de saúde pública, a prevenção do comportamento suicida não se apresenta como tarefa de fácil solução, sendo que várias doenças mentais se associam ao suicídio, a detecção precoce e o tratamento apropriado dessas condições são importantes na prevenção, mas nem sempre isso acontece ou é possível.

Desta forma, esse trabalho se propõe a fazer uma revisão de literatura, com vistas a identificar o contexto atual da abordagem sobre o fenômeno suicídio, averiguar como e se as intervenções para prevenção do comportamento suicida têm acontecido, buscar considerações sobre o tema, identificando trabalhos preventivos já propostos, de modo a analisar esse problema em relação ao atendimento ao paciente suicida, pois há muitos necessitando de cuidados especiais e acompanhamento para que não venham a pôr fim em suas vidas.

Suicídio no Brasil (Definições e fatos do cotidiano)

A saúde de forma geral no brasil, possui índices bem elevados, considerando isso a nível mundial se tornam ainda mais exorbitantes, porém neste trabalho iremos discorrer sobre fatos e argumentos de um tema específico, que trata-se do suicídio.

O objetivo é buscar informações onde possamos identificar as causas, as faixas etárias, as regiões, que trazem a luz a grande importância da coleta de dados para que desta forma possamos então entender melhor qual ou ainda quais são os motivos que levam tantas pessoas na contemporaneidade a tirarem suas próprias vidas.


Para prosseguir com o tema precisamos entender sua definição, abaixo segue algumas:


“A ideação suicida, a tentativa de suicídio e a morte por suicídio compõem o comportamento suicida, e compreendem as ações relacionadas a intenção voluntária para o autoextermínio, de modo gradual”. (Da Silva e Marcolan, 2021).


“A ideação suicida é definida como a concepção do indivíduo de pôr fim a própria vida. Apresenta-se como fator preexistente, tanto em tentativas de suicídio quanto no suicídio concluído”. (Meng Li Loerbroks Wu & Chen, 2013).


Com base nas definições, o que se percebe é que estamos lidando com algo que as vezes pode até mesmo sair do controle, mas como de alguma forma, podemos retroceder aos números de casos, visto que muitos deles estão ligados a questões pessoais, bebidas, problemas neurológicos, entre outros.

Enfim são vários os aspectos, porem ao tentar compreender percebe-se a fragilidade humana na solução de conflitos propriamente internos, que se tornam conflitos externos, que ocasionam problemas sociais e culturais.

No Brasil houve registro de 183.484(cento e oitenta três mil quatrocentos e oitenta e quatro) mortes por suicídio entre 1996 e 2016, crescimento de 69,6% (sessenta e nove vírgula e porcento) nos casos de suicídio neste período.

Conforme dados do DATASUS, o Brasil em 2018 registrou 12.733(doze mil setecentos e trinta três mil), mortes por suicídio, o que importa na taxa de 6,1(seis vírgula um) suicídios para cada 100.000(cem mil) habitantes, a se traduzir em cerca de 35(trinta e cinco), mortes por dia nesse ano, e mantendo assim a posição de oitavo país com mais suicídios no mundo em números absolutos.


Estima-se que uma pessoa a cada 45(quarenta e cinco) minutos morre por suicídio no Brasil, embora não tenhamos dados confiáveis suficientes devido a não termos um sistema de vigilância ao comportamento suicida ainda adequado, apesar das melhorias ocorridas nos últimos anos.

Isso faz com que a subnotificação e não notificação ainda sejam muito altas, com mascaramento dos dados como diagnóstico, muitas vezes por solicitação de familiares por vergonha e estigma, a esconder a realidade e nos oferecer taxas baixas.


As informações que serão citadas logo em seguida, mostram dados relacionados a ideação suicida, a faixa de idade e a proporção da população.


No Brasil, o boletim com perfil epidemiológico com informações sobre tentativas de suicídio e suicídio por intoxicação exógena no período de (2007 a 2017), revelou 220.045(duzentos e vinte mil e quarenta e cinco), notificações de intoxicação exógena caracterizada como tentativa de suicídio, e destas, 69,9% (sessenta e nove vírgula nove porcento), foram registradas em pessoas do sexo feminino.


Quanto ao suicídio no Brasil, chama atenção o fato da ascensão constante no período que compreende os anos de (2013 a 2018), que coincide com a melhor notificação de casos, a distribuição sem grandes diferenças estatísticas entre as faixas etárias e o aumento também constante entre os indivíduos com maior tempo de estudo.

“O Relatório Mundial da Saúde, divulgado pela OMS, no primeiro ano do século, estimou que 450(quatrocentos e cinquenta), milhões de pessoas sofrem de perturbações neurobiológicas, problemas psicossociais ou relacionados ao abuso de álcool e de drogas”. (WHO, 2001).

“Conforme a OMS, ocorrem no mundo cerca de cem suicídios a cada hora, o que totaliza anualmente 844 mil óbitos por auto violência. Em menos de 5 décadas, estas taxas aumentaram 60%.” (WHO, 2010).


No Brasil, em um período de quinze anos (1997 a 2011), ocorreram mais de cento e vinte mil suicídios. Isto significa, em média, 23(vinte e três) autoagressões letais por dia.

O Estudo Global de Cargas de Doenças, realizado em 2015, revelou estar o suicídio, na faixa etária de 10(dez) a 24(vinte e quatro) anos entre as cinco principais causas de mortalidade em todas as regiões, exceto na África.

É grande a vulnerabilidade de adolescentes e jovens adultos ao comportamento suicida. No mundo, quase um terço de todos os suicídios são de pessoas jovens na faixa dos 24(vinte e quatro) anos.


Em comparação internacional ao ano de 2011, o Brasil possuía uma taxa de suicídio inferior a dois terços de mais de 100(cem) países que enviaram dados de mortalidade para Organização Mundial de Saúde OMS.

A representação cartográfica (Figura 01), disponibilizada pela OMS (WHO, 2012a) é de baixa resolução, mas permite, a título de introdução, realizar uma primeira análise comparativa.

Imagem-Mortalidade por suicídio (por 100(cem) mil habitantes, 2011. Fonte: Organização Mundial de Saúde (OMS), (WHO, 2012a.).

Poucas pesquisas sobre o perfil epidemiológico foram desenvolvidas sobre o suicídio em países latino-americanos, africanos, sul-asiáticos e do oriente médio.

Consequentemente, devido a essa limitação, os estudos internacionais se apoiam nos achados recorrentes de estudos desenvolvidos nos países do “norte”, uma das tradicionais divisões geopolíticas do planeta.

Os dados estatísticos citados, e toda a informação na literatura pesquisada indicam que todos os fatos relacionados a ideação suicida, estão sempre ligados aos distúrbios mentais, muitos deles ocasionados por questões socioeconômicas, como o álcool, ou até problemas de saúde, o fato é que tanto no Brasil como no mundo, são números de casos que têm sempre tendência a aumento ao invés de redução.

Podemos entender que com o passar do tempo, vivendo em um mundo cada vez mais globalizado, onde os dados mostrados de indução não mudem, mas por vez persistam, isso mesmo com equipes treinadas para dar ajuda ou apoio psicológico, ainda assim se torna difícil a redução dos casos.

Outro fato que queremos aqui mencionar, é a falta de empatia da população seja ela em qualquer região em que se vive, com o problema do suicídio, fato este apenas alterado quando se trata de um ente próximo, o termo falta de empatia em um mundo globalizado se reduz muito, pois todos estão numa velocidade insana, sempre buscando suprir o seu ego individual, deixando um assunto como este para o poder público, que também tenta conduzir da melhor forma possível, mas ainda, não tem a capacidade de sozinho conseguir chegar ao ponto ideal de poder zerar todos os casos.


A seguir segue o quadro de mortalidade por suicídio no ano de 2000, que de fato não houve tantas melhorais no sentido de redução

Imagem-Demonstrativo das faixas etárias de mortalidade por suicídio em 2000. Fonte: WERLANG. B. G.; BOTEGA, N. J. Comportamento suicida, Porto Alegre, Artmed Editora, 2004.

O Brasil encontra-se no grupo de países com taxas baixas de suicídio. Essas taxas variaram de 3,9(três virgula nove) a 4,5(quatro virgula cinco) para cada 100(cem) mil habitantes a cada ano, entre os anos de (1994 e 2004), (Fonte: MS/SVS, 2006).

No entanto, como se trata de um país populoso, está entre os dez países com maiores números absolutos de suicídio 7.987(sete mil novecentos e oitenta e sete) em 2004. A evolução das taxas de suicídio no Brasil tem variado conforme o sexo, como podemos observar a seguir:

Tabela-Taxa de mortalidade por suicídio, por sexo, entre 1994-2004. Fonte: Ministério da Saúde/SVS, 2006.

O manual sobre suicídio, foi criado com intuito de apoiar a equipe de saúde mental, a conceder informações relativas a distúrbios mentais, segue lista dos temas tratados para melhor compreensão e aplicação na rede de saúde sempre tendo em mente que são casos sempre distintos.

  • Comportamento suicida: a dimensão do problema;
  • Alguns fatores de risco para o suicídio;
  • Suicídio e transtornos mentais;
  • Esquizofrenia;
  • Depressão;
  • Dependência de álcool ou uso nocivo;
  • Transtornos de personalidade;
  • Aspectos psicológicos no suicídio;
  • Como ajudar a pessoa sob risco de suicídio;
  • Como abordar o paciente;
  • Pessoas sob risco de suicídio;
  • Como lidar com o paciente.

É importante que os temas, contenham uma noção ou direção de como ou porque ocorre determinadas ações causadas tanto por fatores internos como por fatores externos, ao menos desta forma tentar buscar a compreensão e a empatia, onde muitas vezes estamos dentro de uma sociedade fragilizada e preconceituosa.

Os altos índices voltados para este comportamento relatam isso, vamos continuar informando aqui demais fatos sobre o tema.

O Perfil Socioeconômico

O comportamento suicida está intimamente associado à saúde mental (WHO, 2000; 2002; 2012b), o desfecho fatal geralmente é evitável e é resultante, conforme Wasserman (2001) de uma complexa interação de fatores biológicos, genéticos, psicológicos, sociais, ambientais e situacionais.

“A prevenção do suicídio é complexa e ao mesmo tempo igualmente viável, envolve desde o controle dos fatores de risco do ambiente social e do acesso aos principais métodos empregados, a identificação precoce e o tratamento efetivo de pessoas com distúrbio mental e que abusam de substâncias psicóticas até à comunicação responsável de suicídio na mídia”. (WHO, 2008).

“O envolvimento de governos, organizações internacionais, organizações não governamentais e comunidades locais, a vontade política e recursos podem evitar grande parte destes comportamentos suicidas”. (WHO, 2012b)


Assim como promover a saúde mental e evitar o desenvolvimento ou agravo de psicopatologias, traçar um perfil sociodemográfico com os dados oficiais disponíveis pode tornar nítidas questões relevantes para novos encaminhamentos, o que contribuirá para compreensão dos fatores predisponentes ao desenvolvimento do processo suicida. Com esse objetivo, selecionaram-se os seguintes dados: gênero, faixas etárias, estado civil, cor, escolaridade e local de ocorrência.


O sexo masculino é apontado como fator de risco na maioria das pesquisas que tratam sobre suicídio e gênero. Os resultados deste estudo convergem com a literatura, ao apontar um risco relativo significativamente maior para o sexo masculino, (RR= 3,96, IC= 3,85 a 4,08), isto é, a razão da mortalidade por suicídio para o sexo masculino é de, (9,58 por 100 mil homens), aproximadamente, 4(quatro) vezes maior que à encontrada para o sexo feminino, esta foi de 2,42 por 100(cem) mil mulheres, ao mesmo tempo a população masculina corresponde a 49% (quarenta e nove porcento), da brasileira e a 79% (setenta e nove por cento), dos suicídios. Este é o padrão de gênero predominante, ou seja, sobre mortalidade por suicídio entre homens, como Durkheim (1986), já apontava no final do século XIX.

O Brasil é o oitavo país em número de suicídios, com média de 24(vinte e quatro) suicídios por dia.

Entre (2000 e 2012), houve aumento de 26,5% (vinte seis vírgula cinco porcento) na mortalidade por suicídio no país, passando de (4,9/100.000) habitantes para 6,2(seis vírgula dois), sendo esta causa de morte 3,7(três virgula sete), vezes mais frequente em homens do que em mulheres.

Tabela-Caracterização do Suicídio (2009 a 2011) e da população do Brasil. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 2011 (Pesquisa Básica). Taxa de mortalidade calculada apenas para ter uma noção geral de suicídio e nível instrucional. Fonte: IBGE,2012b (Censo 2010); BRASIL, 2013 (MS/SVS/DASIS/SIM). Elaboração: Adeir Archanjo da Mota, 2013

Todas estas influências citadas impactam direta e diferentemente na saúde dos sujeitos, considerada, assim, variável relevante para ser analisada nos estudos de saúde mental, na qual se tem a mortalidade por suicídio um indicador para avaliar as influências da cor/etnia.


“Chor e Lima (2005), ao analisarem as proporções de mortalidade por cor e faixa etária e por cor e as principais causas, confirmaram significativas desigualdades étnico-raciais em saúde”.


“Um exemplo é o manual organizado pelo Ministério da Saúde, OPAS e UNICAMP” (D’OLIVEIRA; BOTEGA, 2006), que aponta os seguintes fatores sociodemográficos de risco para o suicídio:

a) sexo masculino;
b) faixas etárias entre 15 e 35 anos e acima de 75 anos;
c) estratos econômicos extremos;
d) residentes em áreas urbanas;
e) desempregados (principalmente perda recente do emprego);
f) aposentados;
g) isolamento social;
h) solteiros ou separados;
i) migrantes

Análise espacial

Quando nos dedicamos a identificar quais as regiões do Brasil sofrem maior incidência de suicídio, nos orientamos pela busca de padrões locais e tendências analisados ao longo do espaço. Dentre as 27(vinte sete) Unidades da Federação, para o ano 2010, as maiores taxas de suicídio por 100(cem) mil habitantes estão no Rio Grande do Sul 9,68(nove vírgula sessenta e oito porcento), Santa Catarina 8,48(oito vírgula quarenta e oito porcento) e Mato Grosso do Sul 7,67(sete vírgula sessenta e sete porcento).

Em situação oposta, encontram-se os estados do Pará 2,48(dois vírgula quarenta e oito porcento), Alagoas 2,72(dois vírgula setenta dois porcento) e Bahia 3,08(três vírgula oito porcento), com as menores taxas de registro de suicídio nesse período.

Curiosamente esse padrão não se altera significativamente ao longo do tempo, em particular com respeito às taxas dos gaúchos, as mais elevadas do país em todo o período analisado. A Figura 03 permite visualizar esse padrão espacial de forma sintetizada para os anos (1980 a 2009), através da média das taxas de suicídio suavizadas por período de cinco.

Imagem-Média do logaritmo das taxas suavizadas de suicídio, Brasil (1980-2009). Fonte: Revista Sociedade e Estado, volume 33, número 02, 2018.

Suicídio em Mato grosso

As Políticas Públicas em Mato Grosso, fundamentadas através dos levantamentos de dados de pesquisas existentes e suas principais causas atreladas ao suicídio em nível nacional, demonstraram sua relevância.

Assim buscou-se levantar as Políticas Públicas sobre o suicídio no Estado, principalmente aquelas que abordam a prevenção desse evento. Para isso recorreu-se aos sites da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), e Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso (ALE-MT), projetos de Leis existentes para verificar a presença das Políticas Públicas e projetos em andamento.

Ressalta-se, novamente a ausência de documentos que tratam do tema e a necessidade de um aprofundamento não só de atuação profissional como também de investimentos políticos acerca do tema.

Apesar da mídia registrar com frequência informações sobre tentativas de suicídios e mortes por suicídios, no Estado no campo científico e acadêmico os estudos sobre o suicídio em Mato Grosso ainda são incipientes, limitados a associação das causas, população de incidência, sendo os artigos relacionados às políticas de prevenção bastante escassos.

Outrossim salientamos que não cabe neste trabalho realizar aprofundamento sobre a relação entre a exposição de agrotóxicos e o suicídio, no entanto a apresentação desses dados nos faz refletir sobre a necessidade de maiores estudos sobre todos os aspectos envolvidos no fenômeno para a reflexão do papel do psicólogo na discussão sobre saúde coletiva, saúde mental, qualidade de vida da população evidenciada pelos resultados.

Outro campo que também preocupa é o número de ideações suicidas entre universitários em Mato Grosso. A ideação suicida ou comportamento suicida surge como um disparador para a tentativa de suicídio e o suicídio consumado.

“Entre estudantes universitários, a ideação suicida pode surgir seja pelo término do período da adolescência e entrada na idade adulta e/ou pelas exigências e cobranças na vida acadêmica, que geralmente ocorrem concomitantemente. Ressalta-se que o suicídio é a segunda maior causa de morte entre os universitários”. (SANTOS et. al., 2017)

O estudo que verificou as variáveis de ideação suicida em acadêmicos em Mato Grosso (UFMT) constatou que 9,9% (nove vírgula nove porcento) dos estudantes tiveram ideias suicidas nos últimos 30(trinta) dias.

“No que se refere às causas, são apontadas que o tabagismo, álcool, as drogas, pessimismo, desesperança, sintomas depressivos, impulsividade e a dificuldade em se socializar, contribuem diretamente à ideação suicida, bem como a proximidade da conclusão do curso acadêmico como causa principal da ansiedade e uma enorme angústia nos estudantes universitários”. (SANTOS et. al., 2017)

Seguindo na análise dos documentos disponíveis no Estado, no plano estadual de saúde, realizado pela Secretaria de Saúde do Estado de Mato grosso (2017), a palavra suicídio não aparece em nenhuma das páginas, e a prevenção é vista apenas duas vezes, uma para falar sobre a mortalidade materna no Estado, e outra sobre o aumento de números de casos de malária no Estado, pelo índice apresentado na cidade de Colniza (Mato Grosso, 2017).

Diante desses dados ratifica-se a necessidade de investimentos em estudos que visam os efeitos das Políticas Públicas relacionadas ao suicídio. É preocupante que o suicídio ainda seja tão pouco discutido, principalmente no campo da psicologia, uma vez que a saúde mental é um dos principais objetos de estudo e campos de atuação do psicólogo.

Isso leva a refletir sobre o baixo investimento público na rede de atenção à saúde mental da população. Porém valoriza-se a iniciativa do projeto de Lei em abranger as Políticas de Saúde na prevenção ao suicídio.

Com o objetivo de contribuir com a campanha Setembro Amarelo, a Superintendência do Observatório de Segurança Pública da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP-MT) elaborou um relatório detalhado das ocorrências de suicídio em Mato Grosso.

O estudo é publicado neste dia 10 de setembro, considerado o 10 de setembro de cada ano, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2021, divulgados em julho pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontam que o número de suicídios no Brasil em 2020, foram na ordem de 12.895(doze mil oitocentos e noventa e cinco) casos, com variação de 0,4% (zero vírgula quatro porcento) em relação a 2019, quando foram registrados 12.745(doze mil setecentos e quarenta e cinco) casos.


Em contraponto aos dados nacionais, Mato Grosso apresentou um aumento considerável de suicídios, na casa de 18% (dezoito porcento), passando de 226(duzentos e vinte e seis), casos em 2019 para 267(duzentos e sessenta e sete), no ano passado. Já no primeiro semestre de 2021, o Estado teve redução.

Foram 118(cento e dezoito) casos, sendo que no mesmo período do ano passado foram 132(cento e trinta e dois) casos. No acumulado de (2016 a 2020), de janeiro a dezembro, já de janeiro a julho de 2021 foram 1.190(mil cento e noventa) ocorrências.


No detalhamento das ocorrências, em todos os anos analisados, os homens foram a maioria das vítimas, em relação às mulheres. Dos 1.190(mil cento e noventa) casos, 922(novecentos e vinte e dois), ou seja, em 77,4% (setenta e sete vírgula quatro porcento) das vítimas foram do sexo masculino, enquanto 268(duzentos e sessenta e oito casos, foram do sexo feminino.

O local do fato coincide como residência das vítimas, para ambos os sexos. O relatório ainda menciona que as mulheres jovens que sofrem violência doméstica têm maior risco de cometer suicídio, com base em uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde entre os anos de (2011 e 2015).

A pesquisa demostrou que as mulheres que tinham notificação prévia de violência doméstica apresentavam 30(trinta) vezes mais risco de morrerem por suicídio, quando comparadas com mulheres sem notificação prévia de violência.

A campanha do “setembro amarelo”

Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza nacionalmente o “setembro amarelo”, o décimo dia do mês de setembro, é oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano.


São registrados mais de 13(treze) mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 1(um) milhão no mundo. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens.

Cerca de 96,8% (noventa e seis vírgula oito porcento), dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais, em primeiro lugar está a depressão seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.

Com o objetivo de prevenir e reduzir estes números a campanha “setembro amarelo” cresceu e hoje conquistou o Brasil inteiro.

Para isso, o apoio das nossas federações, núcleos, associados e de toda a sociedade é fundamental. Como resultado de muito esforço em 2016, foram garantidos espaços inéditos na imprensa e firmadas muitas parcerias.

Através desse projeto também foi possível iluminar monumentos históricos, pontos turísticos e pela primeira vez o Cristo Redentor, ainda espaços públicos e privados no Brasil inteiro também foram iluminados, centenas de pessoas participaram de caminhadas e ações para a conscientização sobre este importante tema.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Depois de tudo que vimos até aqui, construímos uma visão crítica sobre o temática do suicídio, suas causas e toda a potencialidade causada pelo impacto deste problema dentro do “seio familiar”, ainda toda a devastação que esse assunto traz à tona, podemos com certeza afirmar que o nosso entendimento chegou ao final deste trabalho muito diferente da forma pela qual se iniciou, visto que ficamos impactados com o tema abordado, é aquele velho dito popular, se não é comigo ou alguém próximo, isso não nos interessa, isso não nos impacta diretamente e consequentemente nos passa desapercebido, não conseguimos assim perceber o tamanho do problema.


Porém depois do que foi averiguado aqui, tomamos o real conhecimento do fato que existe uma doença, que precisa da atenção de todos, seja do setor público, quer seja do âmbito do setor privado os até das pessoas comuns, enfim, pessoas estão dando fim a própria vida, muitas das vezes, por situações ocasionadas pela própria sociedade, pela família, pelos supostos amigos e isso requer atenção.

Chegamos a compreensão de que o manual o qual mencionamos anteriormente e será distribuído de forma virtual aos colegas acadêmicos de como o setor da saúde deve buscar estar preparado para receber essas pessoas, deve ser usado para a sociedade de forma geral compreender esse problema, isso é de suma importância para prevenção e posterior redução do índice de casos de suicídio , é como se fosse uma pandemia que é ocultada do mundo, talvez por falha do governo em divulgar o que está acontecendo, talvez por uma estratégia em não divulgar com medo que desta forma os casos aumentem ainda mais, não temos essas respostas, mas o fato é que hoje milhares de pessoas morrem no mundo todo, e quem deveria ser responsabilizado por isso, quais seriam as melhores formas para mitigar essas mortes, pois quase nada se vê sobre esse tema na mídia, seja qual for essa mídia.


No cenário atual, muitos filmes e series retratam esse tema, muitos baseados em fatos outros em ficção, mas de toda forma demostram a realidade, porém continuamos inertes, o caso “baleia azul”, mostrou o quanto somos despreparados como família propriamente dita, pois invadiu nossos lares, vidas foram perdidas, o que faltou para evitarmos a perda dessas vidas, porque não estávamos preparados para isso, e quando estaremos.

Finalmente uma coisa temos a certeza é a de que não basta ficarmos olhando gráficos e vendo notícias nas mídias em geral, precisamos alertar e cuidar de todos, ou pelo menos tentar ajudar aqueles que estão mais próximos de nós, se cada um fizer a sua parte, ao final no todo faremos algo grande.

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